segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Como manter a comunhão...

Consagrai-vos a Deus pela manhã; fazei disto vossa primeira tarefa. Seja vossa oração: "Toma-me, Senhor, para ser Teu inteiramente. Aos Teus pés deponho todos os meus projetos. Usa-me hoje em Teu serviço. Permanece comigo, e permite que toda a minha obra se faça em Ti." Esta é uma questão diária. Cada manhã consagrai-vos a Deus para esse dia. Submetei-Lhe todos os vossos planos, para que se executem ou deixem de se executar, conforme o indique a Sua providência. Assim dia a dia podereis entregar às mãos de Deus a vossa vida, e assim ela se moldará mais e mais segundo a vida de Cristo. (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 70)

 Na Palavra de Deus, encontra a mente assuntos para o mais profundo pensamento, para as mais altas aspirações. Ali podemos entreter comunhão com patriarcas e profetas, e ouvir a voz do Eterno ao falar com os homens. Ali vemos a Majestade dos Céus, humilhando-Se, para tornar-Se nosso substituto e segurança; para, de mãos indefesas, competir com os poderes das trevas e alcançar a vitória em nosso favor. Uma contemplação reverente de assuntos como estes não pode deixar de abrandar, purificar e enobrecer o coração, e ao mesmo tempo infundir no espírito nova força e vigor. (Ellen G. White, Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p 52)  

Acautelai-vos contra a negligência da oração secreta e do estudo da Palavra de Deus. Estas são as vossas armas contra aquele que procura impedir vosso avanço em direção ao Céu. A primeira negligência da oração e do estudo da Bíblia torna mais fácil a segunda negligência. A primeira resistência à súplica do Espírito Santo prepara o caminho para a segunda resistência. Assim o coração se endurece, e a consciência fica cauterizada. (Ellen G. White, Exaltai-O – Meditações Matinais 1992, p. 300)

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Eu continuo esperando!

Olá amigo(a).

Há exatos 178 anos, em uma manhã como esta, milhares de pessoas voltavam para seus lares desconsoladas, desapontadas, tristes e duvidosas. O sol havia raiado, as aves gorgeavam natural e graciosamente, os animais iam para o pasto e as crianças iam para a escola. Os sepulcros continuavam fechados, os homens continuavam mortais e a injustiça ainda reinava. A Terra estava exatamente como o crepúsculo anterior a havia deixado. Jesus não havia voltado.

Guilherme Miller estivera pregando por mais de duas décadas sobre o retorno iminente de Jesus, trazendo o juízo sobre o mundo. Muitos creram e se prepararam para o grande encontro: 22 de outubro de 1844, o dia da expiação do calendário judeu, 2300 anos após o terceiro decreto para construir e edificar Jerusalém, dado por Artaxerxes, em 457 a.C. Mas esta data indicava o início da fase final do ministério de Cristo no santuário celestial, e não o seu retorno à Terra.

Um pastor que havia pregado com fervor sobre a segunda vinda de Jesus havia falecido poucos dias antes da data. Os familiares consolavam-se dizendo que veriam o seu ente querido dentro muito em breve. Assim como eles, muitas pessoas depositaram todas as suas esperanças e recursos na promessa da vida eterna com Jesus. A decepção fora tão amarga que João profetizara sobre ela como sendo um livrinho doce na boca, mas amargo no ventre (Ap. 10:9).

Por que Deus permitiu que os mileritas se enganassem a respeito da volta de Cristo? 
" Vi o desapontamento dos que confiavam, quando Jesus não voltou no tempo que esperavam. Havia sido propósito de Deus ocultar o futuro e levar o Seu povo a um ponto de decisão. Sem a pregação de um tempo definido para a vinda de Cristo, a obra que Deus designara não teria sido executada. - Primeiros Escritos - p. 246."
O grande mistério da Providência encontra meios de executar Seu propósito sem invadir a personalidade do homem (como faz Satanás) e sem ferir o livre arbítrio, ainda que sejam dolorosos os processos pelos quais o homem é levado ao confronto consigo mesmo e à salvação.

O plano de Deus era que a Igreja tivesse mantido o mesmo fervor milerita e anunciasse o retorno de Cristo com o mesmo zelo e entusiasmo, com uma fé ardente e a plena certeza mostrada pelas suas obras. Jesus já teria retornado se isto tivesse ocorrido.

E então, por que Jesus ainda não voltou?

"O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; masé longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se. 2 Pedro 3:9"

Note-se que o apóstolo Pedro usa a palavra "conosco", referindo-se aos cristãos. São os cristãos que devem preparar-se para a volta de Jesus.

"Os juízos de Deus cairão sobre os que procuram oprimir e destruir Seu povo. Sua grande longanimidade para com os ímpios, torna audazes os homens na transgressão, mas seu castigo, embora muito retardado, não é menos certo e terrível. "O Senhor Se levantará como no monte de Perazim, e Se irará, como no vale de Gibeom, para fazer a Sua obra, a Sua estranha obra, e para executar o Seu ato, o Seu estranho ato." Isa. 28:21. Para o nosso misericordioso Deus, o infligir castigo é ato estranho. "Vivo Eu, diz o Senhor Jeová, que não tenho prazer na morte do ímpio." Ezeq. 33:11. O Senhor é "misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade;... que perdoa a iniqüidade, e a transgressão e o pecado". Todavia, "ao culpado não tem por inocente". O Senhor é tardio em irar-Se, mas grande em força, e ao culpado não tem por inocente." Êxo. 34:6 e 7; Naum 1:3. Reivindicará com terríveis manifestações a dignidade de Sua lei espezinhada. A severidade da retribuição que aguarda o transgressor pode ser julgada pela relutância do Senhor em executar justiça. A nação que por tanto tempo Ele suporta, e que não ferirá antes de haver ela enchido a medida de sua iniqüidade, segundo os cálculos divinos, beberá, por fim, a taça da ira sem mistura de misericórdia. " O Grande Conflito, p. 627.

A Bíblia afirma mais de 2.300 vezes que Jesus virá pela segunda vez. Existem inúmeras profecias que apontam a época e os sinais de Sua volta. Ao mesmo tempo, diz que "o dia dO Senhor vem como ladrão" (quando menos se espera - 1Ts 5:2). Como pode esta aparente contradição ser entendida? A resposta está em onde os homens estarão com o seu coração. Quanto mais absortos nos negócios e planos terrenos, mesmo que bons em si mesmos, menos atenção ao estado de sua alma e aos sinais do fim darão. Mais importante do que crer e pregar no retorno de Cristo, é conhecer o Cristo que retornará, entregar-se a Ele e relacionar-se com Ele, mesmo que isso não agrade ao coração natural. Não é o sentimento humano que o salva, mas Jesus. O que Jesus quer é sua (força de) vontade, sua decisão, e não sua inclinação humana. Muitos estão se perdendo por não entenderem este dilema.

Jesus não voltou ainda por desejar que todos nós nos salvemos. Como está sua vida? Você realmente crê que nosso mundo está muito perto do final? Suas palavras, escolhas, planos, sonhos, lutas, hábitos confirmam esta crença? O que você vez, ouviu, sentiu, falou, buscou, planejou no exato dia de hoje atesta que você está buscando o Reino de Deus e a Sua justiça?

Ore pela volta de Cristo e, mais importante, para estarmos preparados. Deus precisa intervir na Igreja, precisamos desesperadamente de Cristo e do poder dO Espírito Santo. A igreja precisa de reavivamento e reforma.

Hoje é um novo dia. A porta da Graça ainda está aberta. Jesus está ministrando por cada um de nós no Santuário Celestial. Há esperança ainda hoje para o maior dos pecadores. Tome uma decisão "no tempo que se chama hoje" (Hb 3:13). Pela Graça de Deus, eu continuo esperando!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A Promessa do Espírito



    E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco. João 14:16. 
    Quando Cristo fez a Seus discípulos a promessa do Espírito, estava Ele Se aproximando do fim de Seu ministério terrestre. Estava à sombra da cruz, com plena consciência do peso da culpa que havia de repousar sobre Ele como o portador do pecado. Antes de Se oferecer como a vítima sacrifical, instruiu Seus discípulos com respeito a um muito essencial e completo dom que ia conceder a Seus seguidores - o dom que haveria de pôr-lhes ao alcance os ilimitados recursos de Sua graça. 

    "Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê, nem O conhece: mas vós O conheceis, porque habita convosco, e estará em vós." João 14:16 e 17. O Salvador estava apontando para o futuro, ao tempo em que o Espírito Santo deveria vir para fazer uma poderosa obra como Seu representante. O mal que se vinha acumulando por séculos, devia ser resistido pelo divino poder do Espírito Santo. ... 

    A promessa do Espírito Santo não é limitada a algum século ou raça. Cristo declarou que a divina influência de Seu Espírito estaria com Seus seguidores até o fim. Desde o dia de Pentecoste até ao presente, o Confortador tem sido enviado a todos os que se rendem inteiramente ao Senhor e a Seu serviço. A todos os que aceitam a Cristo como Salvador pessoal, o Espírito Santo vem como consolador, santificador, guia e testemunha. Quanto mais intimamente os crentes andam com Deus, tanto mais clara e poderosamente testificam do amor do Redentor e da Sua graça salvadora. Os homens e mulheres que através dos longos séculos de perseguição e prova desfrutaram, em larga escala, a presença do Espírito em sua vida, permaneceram como sinais e maravilhas no mundo. Revelaram, diante dos anjos e dos homens, o transformador poder do amor que redime. 

Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, págs. 47-49. 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O Cuidado de Deus



    A natureza e a Revelação, ambas dão testemunho do amor de Deus. Nosso Pai celeste é a fonte de vida, de sabedoria e de felicidade. Contemplai as belas e maravilhosas obras da natureza. Considerai a sua admirável adaptação às necessidades e à felicidade, não só do homem, mas de todas as criaturas viventes. O sol e a chuva, que alegram e refrigeram a terra; as colinas, e mares e planícies - tudo nos fala do amor de quem tudo criou. É Deus quem supre as necessidades cotidianas de todas as Suas criaturas, como tão belamente o exprime o salmista nestas palavras: 

    "Os olhos de todos esperam em Ti, e Tu lhes dás o seu mantimento a seu tempo. Abres a mão e satisfazes os desejos de todos os viventes." Sal. 145:15 e 16. 


    Deus criou o homem perfeitamente santo e feliz; e a formosa Terra, ao sair das mãos do Criador, não apresentava nenhum vestígio de decadência ou sombra de maldição. Foi a transgressão da lei de Deus - a lei do amor - que trouxe sofrimento e morte. Contudo, mesmo em meio dos sofrimentos que resultam do pecado, revela-se ainda o amor de Deus. Está escrito que Deus amaldiçoou a Terra por causa do homem. Gên. 3:17. Os espinhos e cardos - as dificuldades e provações que tornam a vida cheia de trabalhos e cuidados - foram designados para o seu bem, constituindo no plano de Deus uma parte da escola necessária para seu reerguimento da ruína e degradação que o pecado operou. O mundo, embora caído, não é todo tristeza e miséria. Na própria natureza há mensagens de esperança e conforto. Há flores sobre os cardos, e os espinhos acham-se cobertos de rosas. 
 
    "Deus é amor" (I João 4:8), está escrito sobre cada botão que desabrocha, sobre cada haste de erva que brota. Os amáveis passarinhos, a encher de música o ar, com seus alegres trinos; as flores de delicados matizes, em sua perfeição, impregnando os ares de perfume; as altaneiras árvores da floresta, com sua luxuriante ramagem de um verde vivo - todos testificam da terna e paternal solicitude de nosso Deus, e de Seu desejo de tornar felizes os Seus filhos. 


    A Palavra de Deus revela o Seu caráter. Ele mesmo proclamou Seu infinito amor e misericórdia. Quando Moisés orou: "Rogo-Te que me mostres a Tua glória", o Senhor respondeu: "Eu farei passar toda a Minha bondade por diante de ti." Êxo. 33:18 e 19. Essa é a Sua glória. Ele passou diante de Moisés, e proclamou: "Jeová, o Senhor, Deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade; que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniqüidade, e a transgressão, e o pecado" (Êxo. 34:6 e 7), Ele é "longânimo e grande em benignidade" (Jon. 4:2), "porque tem prazer na benignidade" (Miq. 7:18). Deus ligou a Si nosso coração por inúmeras provas no Céu e na Terra. Pelas obras da natureza, e os mais profundos e ternos laços terrestres que pode imaginar o coração humano, procurou Ele revelar-Se a nós. No entanto, estas coisas só muito imperfeitamente representam o Seu amor. Não obstante todas essas provas, o inimigo do bem cegou o espírito dos homens, de maneira que foram levados a olhar a Deus com temor, considerando-O severo e inexorável. Satanás levou o homem a imaginar Deus como um Ser cujo principal atributo fosse a justiça severa - um rigoroso juiz, e credor exigente e cruel. Representou o Criador como um ser que espreita desconfiado, procurando discernir os erros e pecados dos homens, para que possa trazer juízos sobre eles. Foi para dissipar essa negra sombra, revelando ao mundo o infinito amor de Deus, que Jesus baixou para viver entre os homens. 


    O Filho de Deus veio do Céu para revelar o Pai. "Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, Este O fez conhecer." João 1:18. "Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho O quiser revelar." Mat. 11:27. Quando um dos discípulos fez o pedido: "Senhor, mostra-nos o Pai", Jesus respondeu: "Estou há tanto tempo convosco, e não Me tendes conhecido, Filipe? Quem Me vê a Mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?" João 14:8 e 9. 


    Descrevendo a Sua missão terrestre, disse Jesus: "O Espírito do Senhor é sobre Mim, pois que Me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-Me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos, e dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos." Luc. 4:18 e 19. Essa foi a Sua obra. Andava fazendo o bem, curando os oprimidos por Satanás. Havia aldeias inteiras onde não existia mais nenhuma casa em que se ouvissem lamentos de enfermo, porque Jesus por elas passara e lhes curara os doentes. Sua obra dava testemunho de Sua unção divina. Amor, misericórdia e compaixão se patenteavam em cada ato de Sua vida. Seu coração anelava com terna simpatia pelos filhos dos homens. Revestiu-Se da natureza humana para poder atingir as necessidades do homem. Os mais pobres e humildes não receavam aproximar-se dele. Mesmo as criancinhas para Ele se sentiam atraídas. Gostavam de subir-Lhe aos joelhos e contemplar-Lhe o rosto pensativo, que refletia bondade e amor. 
 
    Jesus não suprimia da verdade uma palavra que fosse, mas sempre a proferia com amor. Em Seu convívio com o povo exercia o maior tato, dispensando-lhes atenta e bondosa consideração. Não era nunca rude; jamais pronunciava desnecessariamente uma palavra severa; nunca motivava dores desnecessárias a uma alma sensível. Não censurava as fraquezas humanas. Dizia a verdade, mas sempre com amor. Denunciava a hipocrisia, a incredulidade e a injustiça; mas o pranto transparecia em Sua voz quando proferia Suas fulminantes repreensões. Chorou sobre Jerusalém, a cidade que amava, e que recusava recebê-Lo a Ele que era o caminho, a verdade e a vida. Haviam-nO rejeitado, a Ele que era o Salvador, mas olhava-os com ternura e compaixão. Sua vida foi de abnegação e solícito cuidado pelos outros. Toda alma era preciosa aos Seus olhos. Se bem que sempre Se conduzisse com divina dignidade, inclinava-Se com a mais terna simpatia a cada membro da família de Deus. Via em todos os homens almas caídas, cuja salvação constituía o objeto de Sua missão. 


    Tal é o caráter de Cristo, revelado em Sua vida. Tal é também o caráter de Deus. É do coração do Pai que as torrentes da compaixão divina, manifestas em Cristo, fluem para os filhos dos homens. Jesus, o terno, compassivo Salvador, era Deus manifestado na carne. I Tim. 3:16. 

 Foi para nos remir que Jesus viveu, sofreu e morreu. Tornou-Se um Varão de dores, para que pudéssemos tornar-nos participantes das alegrias eternas. Deus permitiu que Seu Filho amado, cheio de graça e verdade, viesse de um mundo de indescritível glória para outro mareado e corrupto pelo pecado e obscurecido pela sombra da morte e da maldição. Consentiu em que Ele deixasse Seu amoroso seio e a adoração dos anjos, para sofrer a ignomínia, a injúria, a humilhação, o ódio e a morte. "O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e, pelas Suas pisaduras, fomos sarados." Isa. 53:5. Ei-Lo no deserto, no Getsêmani, sobre a cruz! O imaculado Filho de Deus tomou sobre Si o fardo do pecado. Ele, que fora Um com Deus, sentiu na alma a terrível separação que o pecado causa entre Deus e o homem. Foi o que Lhe arrancou dos lábios o brado de angústia: "Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?" Mat. 27:46. Foi o peso do pecado, a sensação de sua terrível enormidade e da separação por ele causada entre Deus e a alma, que quebrantaram o coração do Filho de Deus. 
 
    Mas este grande sacrifício não foi feito para engendrar no coração do Pai o amor para com o homem, nem para dispô-Lo a salvá-lo. Não, não! "Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito." João 3:16. O Pai nos ama, não em virtude da grande propiciação; mas sim proveu a propiciação por isso que nos ama. Cristo foi o instrumento pelo qual Ele pôde entornar sobre um mundo caído o Seu infinito amor. "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo." II Cor. 5:19. Sofreu juntamente com Seu Filho. Na agonia do Getsêmani, na morte sobre o Calvário, o coração do infinito 

(Caminho a Cristo, pág 09-14, Ellen G. White)

segunda-feira, 8 de outubro de 2012


      O Toque da Fé 
 
    "Se eu tão-somente tocar a Sua veste, ficarei sã." Mat. 9:21. Foi uma pobre mulher que proferiu essas palavras - uma mulher que por doze anos sofrera de doença que lhe tornara a vida um fardo. Gastara todos os seus recursos com médicos e remédios, apenas para ser desenganada. Ao ouvir, porém, falar no grande Médico, reviveram-lhe as esperanças. Pensou: "Se tão-somente eu me pudesse aproximar o bastante para falar-Lhe, havia de sarar." 


    Cristo estava a caminho para a casa de Jairo, o rabino judeu que Lhe rogara que fosse e curasse sua filha. Sua desolada súplica - "Minha filha está moribunda; rogo-Te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare e viva" (Mar. 5:23) - tocara o terno e compassivo coração de Cristo, e pôs-Se imediatamente a caminho com o príncipe para sua casa. 

    Avançavam lentamente, pois a multidão apertava a Cristo de todos os lados. Ao abrir caminho por entre a turba, o Salvador aproximou-Se do lugar em que se achava a enferma. Repetidamente buscou chegar perto dEle. Eis agora sua oportunidade. Ela não via um jeito de Lhe falar. Não buscaria entravar-Lhe a vagarosa marcha. Mas ouvira dizer que sobrevinha cura a um toque de Suas vestes; e, temendo perder o único ensejo de cura, forçou passagem para diante, dizendo consigo mesma: "Se eu tão-somente tocar a Sua veste, ficarei sã." Mat. 9:21.
 
    Cristo sabia todos os seus pensamentos, e dirigia os passos em direção a ela. Compreendia-lhe a grande necessidade, e estava-a ajudando a exercer fé. 

    Ao Ele passar, a mulher se adiantou e conseguiu tocar-lhe de leve na orla do vestido. No mesmo momento, percebeu que estava curada. Naquele único toque concentrara a fé de sua vida, e instantaneamente desapareceram-lhe a dor e a fraqueza. Sentiu no mesmo instante a comoção como de uma corrente elétrica que lhe perpassasse pelas fibras do ser. Sobreveio-lhe uma sensação de perfeita saúde. "Sentiu no seu corpo estar já curada daquele mal." Mar. 5:29. 

    A agradecida mulher desejava exprimir sua gratidão ao poderoso Médico, que mais fizera por ela num único toque do que os doutores tinham feito em doze longos anos; mas não ousava. Com o coração cheio de reconhecimento, procurava subtrair-se à multidão. De repente, Jesus parou e, olhando em volta de Si, perguntou: "Quem é que Me tocou?" Luc. 8:45. 

    Olhando-O surpreendido, Pedro respondeu: "Mestre, a multidão Te aperta e Te oprime, e dizes: Quem é que Me tocou?" Luc. 8:45. 

    "Alguém Me tocou", disse Jesus, "porque bem conheci que de Mim saiu virtude." Luc. 8:46. Ele podia distinguir o toque da fé do contato casual da multidão descuidosa. Alguém O tocara com um desígnio profundo, e recebera resposta. 


    Cristo não fez a pergunta por causa de Si mesmo. Tinha uma lição para o povo, para os discípulos e a mulher. Desejava inspirar esperança aos aflitos e mostrar que fora a fé que trouxera o poder restaurador. A confiança da mulher não devia ser passada por alto, sem comentário. Deus devia ser glorificado por sua grata confissão. Cristo desejava que ela compreendesse que Ele aprovava seu ato de fé. Não queria que se afastasse apenas com metade da bênção. Ela não devia ficar sem saber que Ele conhecia seu sofrimento, nem seu compassivo amor, e Sua aprovação à fé que depositara em Seu poder de salvar perfeitamente a todo que a Ele se dirige. 
 
    Olhando para a mulher, Cristo insistiu em saber quem O havia tocado. Vendo que era inútil ocultar-se, ela se adiantou tremendo, e prostrou-se a Seus pés. Com lágrimas de gratidão contou-Lhe, perante todo o povo, porque Lhe tocara nas vestes, e como havia sido imediatamente curada. Temia que seu ato em tocar-Lhe a vestimenta fosse uma presunção; mas nenhuma palavra de censura saiu dos lábios de Cristo. Só proferiu palavras de aprovação. Estas provinham de um coração de amor, cheio de simpatia pelo infortúnio. "Tem bom ânimo, filha", disse suavemente; "a tua fé te salvou; vai em paz." Luc. 8:48.

   Quão animadoras foram essas palavras para ela! Agora nenhum temor de haver ofendido lhe amargurou a alegria. 
    Aos curiosos da turba que se comprimia em volta de Jesus, não havia sido comunicado nenhum poder vital. Mas a sofredora mulher que Lhe tocara com fé recebera cura. Assim nas coisas espirituais difere o contato casual do toque da fé. Crer em Cristo meramente como o Salvador do mundo jamais trará cura à alma. A fé que é para salvação não é um simples assentimento à verdade do evangelho. Fé verdadeira é a que recebe a Cristo como Salvador pessoal. Deus deu Seu Filho unigênito, para que eu, crendo nEle, "não pereça, mas tenha a vida eterna". João 3:16. Quando me aproximo de Cristo, segundo a Sua palavra, cumpre-me acreditar que recebo Sua graça salvadora. A vida que agora vivo, devo viver "na fé do Filho de Deus, o qual me amou e Se entregou a Si mesmo por mim". Gál. 2:20. 


    Muitos têm a fé como uma opinião. A fé salvadora é um acordo pelo qual os que recebem a Cristo se unem em concerto com Deus. Uma fé viva quer dizer aumento de vigor, segura confiança, pela qual, mediante a graça de Cristo, a alma se torna um poder vitorioso. 

    A fé é um conquistador mais poderoso do que a morte. Se o doente puder ser levado a fixar com fé os olhos no poderoso Médico, veremos maravilhosos resultados. Ela trará vida ao corpo e à alma. 

    Ao trabalhar em favor das vítimas de maus hábitos, em lugar de lhes apontar o desespero e a ruína para os quais se precipitam, fazei-os volver os olhos a Jesus. Fazei-os fixá-los nas glórias do celestial. Isso fará mais pela salvação do corpo
 e da alma do que farão todos os terrores da sepultura quando postos diante dos destituídos de força e, aparentemente, de esperanças. 

(A Ciência do Bom viver, Ellen G. White, pág 59-63)

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A Importância do Sábado


Considerai que o Senhor vos deu o sábado; por isso, Ele, no sexto dia, vos dá pão para dois dias; cada um fique onde está, ninguém saia do seu lugar no sétimo dia. Assim, descansou o povo no sétimo dia. Êxo. 16:29 e 30.

Antes de ser dada a lei no Sinai, Deus operou um milagre a cada semana para impressionar o povo com a santidade do sábado. Fez chover maná do céu para seu alimento, e cada dia juntavam esse maná, colhendo no sexto dia o dobro do que de costume, segundo as orientações de Moisés. [...]

"E comeram os filhos de Israel maná quarenta anos, até que entraram em terra habitada; comeram maná até que chegaram aos termos da terra de Canaã." Êxo. 16:35. Assim, por quarenta anos, operou Deus um milagre diante de Seu povo cada semana, para mostrar-lhes que Seu sábado era um dia santo.

Deus ordenou que fosse construído um tabernáculo onde os israelitas, durante seu jornadear pelo deserto, pudessem adorá-Lo. Ordens do Céu foram dadas para que esse tabernáculo fosse construído sem demora. Devido ao caráter sagrado da obra e à necessidade de pressa, alguns argumentaram que o trabalho do tabernáculo deveria ser levado avante no sábado, bem como nos outros dias da semana. Cristo ouviu essas sugestões e viu que o povo estava em grande perigo de cair numa armadilha, concluindo que seriam desculpados por trabalhar no sábado a fim de que o tabernáculo pudesse ficar pronto o mais rápido possível.

Veio-lhes a palavra: "Verdadeiramente guardareis os Meus sábados." Conquanto a obra do tabernáculo devesse ser levada avante com rapidez, o sábado não devia ser empregado como dia de trabalho. Até mesmo a obra na casa de Deus deve dar lugar à sagrada observância do dia de descanso do Senhor. Assim é Deus zeloso pela honra de Seu memorial da criação.

O sábado é um sinal entre Deus e Seu povo. É um dia santo, dado pelo Criador para nós como um dia durante o qual descansar e refletir sobre coisas sagradas. Deus planejou que fosse observado ao longo do tempo como concerto perpétuo. [...]

Ao nos abstermos do trabalho no sétimo dia, testificamos perante o mundo que estamos ao lado de Deus e nos esforçamos por viver em perfeita conformidade com os Seus mandamentos. Dessa maneira, reconhecemos como nosso Soberano o Deus que fez o mundo em seis dias e descansou no sétimo. [...] O verdadeiro sábado deve ser restaurado a sua legítima posição como o dia de repouso de Deus. Manuscrito 77, 1900.

(Meditação Matinal – Cristo Triunfante, p. 109).